quinta-feira, 27 de março de 2008

Concurso de samba-enredo da Ociosos mobiliza o mundo do samba virtual

O Mês de abril vai ser agitado no mundo do samba virtual. A Disputa da Ociosos de Gericinó, cujas inscrições ainda estão abertas, acontece nos dias 20, 22 e 24 de abril. Vai ser um final de semana prolongado com muito ziriguidum!O evento será transmitido pelo carnaval do Lixão, sob o comando de Jorge Perdigueiro e convidados.

Dia 20 de abril, a disputa será transmitida direto do Centro de Exposições Prefeito Salustiano Cunha, em São Longuinho do Oeste. O espaço é um amplo e moderno galpão com teto de zinco e seis ventiladores de teto, localizado na Avenida Recruta Ernesto Salomão, 212, Lote 09. Os portões serão abertos às 13h, com um almoço dançante que contará com a presença da banda Ouro Verde.Dias 22 e 24, a disputa ocorrerá na quadra de ensaios compositor Brejão do Nego, sede administrativa e social do GRESV Ociosos de Gericinó.

Os sambas devem ser enviados para o e-mail ociososdegericino@gmail.com , até o dia 17 de abril NÃO PERCA O PRAZO !O enredo é "Jucumbiaquarema - São Longuinho do Oeste - A Ociosos apresenta as maravilhas da Capital Mundial da Sambambaia Chorona".

A sinopse segue abaixo:

Justificativa

Desde sua fundação, a Ociosos de Gericinó tem um compromisso com a modernidade, abrindo para o carnaval virtual novas perspectivas. A parceria entre a prefeitura de São Longuinho do Oeste e a Ociosos de Gericinó, firmada depois de uma longa negociação, promete revolucionar o mundo do samba virtual, trazendo, pela primeira vez para a Virtuafolia, os sensacionais enredos sobre cidades que hoje dominam a temática dos carnavais reais. Assim, a administração Thiago Lacerda assume o compromisso de estar antenado às ultimas novidades e revolucionar a folia pela Internet.

Sinopse

1 - O início da vida

Tudo começou com o Big Bang. Da grande explosão se fez o universo em expansão.O Ácaro, de carona na poeira cósmica, vê a formação da Terra e o surgimento da vida.No mar surgem os fitoplânctons, pequenas algas que vão evoluir para a grande e diversificada flora marinha. Em pouco tempo, os musgos encobrem as rochas que beiravam os continentes, dando início a longa caminhada da vida em terra firme. Explode a vegetação com toda a sua exuberância, em grandes florestas de samambaias, que dominavam paisagem no final do período carbonífero.

2 - A samambaia através dos tempos

Quando os humanos surgiram sobre a Terra já encontraram a samambaia na paisagem. Ao longo de toda a nossa trajetória, a planta nos acompanhou nas mais diversas situações. Ainda nos "povos primitivos", enquanto os homens caçavam, as mulheres coletavam frutas para a alimentação e samambaias para enfeite, iniciando o processo de domesticação da planta. Ao longo do vasto território desbravado pelos povos nômades, a samambaia, ao lado dos primeiros animais, eram tratadas como membros importantes do grupo.

A samambaia foi trazida aos para o interior das residências, acompanhando o desenvolvimento da humanidade. Na Mesopotâmia, percebendo a exuberância desta planta, Nabucodonosor ordena a construção de seu magnífico jardim suspenso na Babilônia, para que sua esposa pudesse admirar a longa folhagem caindo em direção ao solo. Além do título de "maravilha do mundo antigo", criava o hábito de suspender as samambaias para melhor apreciá-las, que se manteve ao longo da história e, nos dias de hoje, está presente nos "xaxins suspensos" das donas de casas.

Em pouco tempo, a samambaia passou a ser conhecida como "planta do amor". Quanto mais comprida e próxima ao solo, diziam os antigos, maiores eram os laços que uniam os casais. Cultivadas no vale do Nilo, em contraste com o árido cenário do deserto, a samambaia também foi bem popular no Egito. Enfeitando os aposentos de Cleópatra, testemunhou suas aventuras amorosas que mudaram os rumos da humanidade.

A trágica morte da mais famosa rainha do Egito e do imperador Marco Antônio, sob as folhagens de uma samambaia, tornou a planta amaldiçoada em Roma. Por volta do século II D.C, as compridas samambaias representavam a ligação entre Cristo e seus primeiros seguidores. Em todo o império, os cristãos eram identificados pelas exuberantes samambaias penduradas em suas paredes, o que geralmente acabava em sacrifício.

3 - Jucumbiaquarema - o apogeu da samambaia

Em território brasileiro, as pteridophyta alimentaram a mitologia indígena. O nome popular "samambaia" é de origem Tupi, significando "aquele que se torce em espiral", mas adquiriu outros significados ao longo da história. Contam os índios jucuns que uma bela jovem, após ficar órfã de pai e mãe, ser expulsa da tribo, perder seu grande amor e sofrer com uma terrível dor de dente, chorou sem parar por cinco dias e seis noites. Comovidos, os Deuses resolveram abençoar a moça, transformando suas lágrimas numa vistosa vegetação. Foi assim que o pranto virou planta, fazendo surgir a grande quantidade de pteridophytas que domina as margens do rio Samambaia, que corta o centro-oeste brasileiro. Surgia assim, também, o significado mais conhecido para as samambaias, ou seja, "planta comprida como lágrima", que, mesmo nos grandes centros urbanos, sobrevive na denominação "samambaia chorona".

Tentando escravizar os jucuns, os bandeirantes desbravaram o atual estado de Mato Grosso, estabelecendo uma base próxima à aldeia, no local onde os nativos praticavam o cultivo primitivo de pteridophytas. Surgia o povoado de Jucumbiaquarema - terra verde dos índios jucuns - marcando o "apogeu da samambaia". Logo chegaram os jesuítas para apaziguar os constantes conflitos entre os jucuns e bandeirantes, unindo as diferenças sob a mesma fé cristã.

4 - Vila de São Longuinho

Conta a história que, chegando às margens do rio, padre Antônio Agenor de Paula teria perdido seu crucifixo benzido por José de Anchieta. Desesperado, após procurar seis dias, pediu ajoelhado para que São Longuinho ajudasse a encontrar seu precioso bem. Ao levantar-se, foi atacado por uma das inúmeras serpentes venenosas do local, esquivando-se da mordida dando três pulos para trás. Após o terceiro salto, distante das terríveis peçonhas, avistou seu sagrado crucifixo a poucos metros. A notícia logo se espalhou pelo país, dando origem a um dos mais conhecidos costumes da religiosidade popular. No local, padre Antônio Agenor de Paula ergueu a primeira capela do Brasil em homenagem a São Longuinho.

Tendo a capela como centro social e o cultivo da samambaia como riqueza, o povoado crescia rapidamente, ganhando merecidamente a condição de Vila, ganhando o nome de seu padroeiro. Os mercadores de adubo descobriram uma ótima oportunidade de negócio. Em pouco tempo, chegaram negros para fazer o trabalho pesado, iniciando a miscigenação com a pequena população local. Além do rio, o acesso mais fácil à localidade era pela Estrada Real Potosi, que ligava diretamente a jovem vila de São Longuinho ao interior da Bolívia. Até hoje não se sabe porque tantas pessoas passavam pela via seguindo em direção ao Rio de Janeiro. Foi também seguindo a Real Potosi que, no século XIX, Dom Pedro I parou em na localidade para aliviar sua bexiga. Este fato foi um marco na região, que pôde ver de perto a nobreza imperial brasileira.

5 - O progresso

O progresso não tardaria a chegar. A construção da Ferrovia Cuiabá Railway abriu as portas para o futuro. Os lucros do "ouro verde", além de movimentar o comércio, possibilitou a chegada das primeiras indústrias, fazendo o núcleo urbano se tornar referência no setor de vasos e xaxins. O notório desenvolvimento fez a localidade ganhar status de cidade, passando a se chamar São Longuinho do Oeste, numa referência à sua localização.

No século XX, São Longuinho do Oeste teve um crescimento expressivo. Homens de toda a região chegavam para curtir momentos de lazer na "Casa da Maroca", administrada pela mais famosa cafetina do cerrado. A cidade abre as portas para o mundo, recebendo imigrantes fundamentais para a economia local. Foi assim que surgiu a famosa pastelaria do senhor Ling Shang, marco na culinária da região. Numa grande festa que até hoje os mais antigos recordam, a Avenida Coronel Jorge Campos, que segue parte do traçado da antiga Real Potosi, recebe o paralepipedo. A pavimentação da principal via local é um marco para a engenharia local, equivalente ao que a instalação da Loja Insinuante representou para o comércio.

6 - Maravilhas de São Longuinho

Hoje, São Longuinho do Oeste é uma cidade próspera, de olhos abertos para o futuro, mas sem esquecer suas antigas tradições locais. O coreto da pracinha encanta os turistas, principalmente quando recebe a Orquestra Sinfônica de São Longuinho, com seus sete músicos autodidatas. São muitas as maravilhas que atualmente orgulham os longuistanos do oeste. O posto de Saúde do Dr. Juvenal, clínico geral formado em Cuiabá, que garante o bem-estar dos habitantes, é um bom exemplo. Todo longuistano do oeste também se orgulha do jardim Escola Tia Márcia, centro de excelência do saber local, ensinando para as mais diversas gerações a maravilha das letras. Não há como deixar de citar a borracharia do Tonhão, menino pobre que venceu as dificuldades e abriu seu próprio negócio, nunca deixando a frota de 43 veículos da cidade parada com problemas nos pneus. É com largo sorriso no rosto que os habitantes comentam sobre o Mercadinho do Bebeto, templo do consumo, que atrai moradores de todas as faixas etárias. Em São Longuinho do Oeste os grandes empreendedores obtiveram sucesso, gente como José Ramos Ramalho, o Zé Gaúcho, que chegou de Santa Maria, Rio Grande do Sul, e venceu na vida, administrando o açougue que leva seu nome.

7 - Filhos da Terra

Falar da pujança de São Longuinho de Oeste é contar a história de sucesso dos "filhos da terra", nativos que deixaram a cidade e fizeram sucesso em várias partes do Brasil. Sandra Peixoto, grande diva longuistana, que, após encantar a todos no coral da Igreja, deixou a cidade para seguir a carreira artistica. Hoje faz sucesso na churrascaria "Boi No Espeto", em Cuiabá. Como não lembrar a grande atriz Eliana Machado, que demonstrou seu talento nas peças do auditório da Escolinha Tia Márcia e, num ato de coragem e autoconfiança, partiu para o Rio de Janeiro para seguir carreira. Voltou consagrada, nos braços do povo, após sua brilhante atuação como figurante do programa Linha Direta, da Rede Globo.

Longuistanos do oeste também fazem sucesso com a bola no pé. Licurgo Camargo, grande zagueiro que brilhou nos gramados do "São Longão", estádio local, com capacidade para 56 torcedores. Licurgo seguiu a carreira profissional, integrando o elenco de times como o Juventus, de São Paulo, e o Bangu, no Rio de Janeiro, onde viveu seu maior momento, entrando em campo por 7 ocasiões, destacando-se num time rebaixado para a série B do campeonato carioca. No entanto, quando o assunto é sucesso, ninguém supera Suzaninha Toda Boa, musa e símbolo sexual da cidade, objeto de desejo de 10 em cada 10 longuistanos do oeste, casados ou solteiros. Depois de povoar os sonhos e a imaginação dos marmanjos, resolveu se inscrever para o programa Big Brother Brasil, chegando na terceira fase da classificação. Freqüentemente embeleza as páginas do jornal "A Samambaia".

8 - Festas populares

Povo alegre, ordeiro e festeiro, os longuistanos do oeste se encontram em suas grandiosas festas populares, conhecidas em toda a região. O povo se une e esquece as diferenças na procissão de São Longuinho, onde todos, a cada quilômetro, dão três pulinhos em homenagem ao padroeiro. Romeiros de todo o Brasil chegam para a agradecer as graças alcançadas, geralmente objetos perdidos que são encontrados. O mundo da pecuária se movimenta nas famosas suinadas, onde os corajosos peões se equilibram sobre porcos valentes e nervosos. Em São Longuinho do Oeste, acontecem os maiores rodeios suínos do planeta.

No entanto, não é apenas de tradições rurais que vive São Longuinho do Oeste. Múltipla e diversa, possui festividades tipicamente urbanas, como o festival de som automotivo, que agita a juventude. A Samambaiafest, grande evento que comemora a importância que a planta ainda tem para a economia da cidade, anima moradores e turistas e possibilita o fechamento de grandes negócios. Neste carnaval virtual, encerraremos mostrando toda a alegria desta cidade singular do centro-oeste brasileiro, trazendo um pouco da alegria que emana do Carnaval da Samambaia, mundialmente conhecido por seus blocos e trios elétricos e que inscrevem São Longuinho do Oeste no cenário carnavalesco nacional.

Comissão de Carnaval
Dezembro de 2007

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